quarta-feira, 22 de abril de 2015

Primeiro Filho e a pouca memoria do telefone

*** 3h da manhã. A pequena gripada e eu tb. Ela voltou a dormir. Eu, não.***

Uma vez olhando os albúms de família, percebi que eu tinha 3 albúms completamente dedicados a mim - a primogênita - e apenas um para o meu irmão. Ao interrogar a minha mãe sobre o fato, ela me explicou que com o primeiro filho, como tudo é novo para os pais, existe a vontade de guardar cada momento. Com o segundo, estão menos preocupados em guardar fisicamente essas memórias, porém mais preocupados em vivenciar cada segundo, porque o tempo passa muito rápido. 

E aqui estou eu, com um pequeno problema da era digital: não tem espaço nos cartões de memória nem da camêra, nem do celular, nem do computador...de tanta foto e vídeo da Lee. Meu medo era perder todo esse histórico, e foi então que uma amiga sugeriu criar uma conta de Gmail para a Lee e mandar tudo isso para ela com histórias. E que quando ela crescesse tivesse acesso a tal conta. 

Criei uma conta para ela e desde então resolvi o problema de memória dos aparelhos! Primeiro, porque há limitação de quantas fotos se pode mandar a cada email. Segundo, porque cada email vem acompanhado de alguma história, te faz pensar em quais fotos/videos guardar ou não. Terceiro, por ter acesso a conta, eu tenho sempre as fotos em mãos quando preciso. 

Claro que por essas razões existem albúms no Facebook e no Instagram  - que TAMBÉM uso - não só de likes vive o homem, minha gente! Essas ferramentas podem ser usadas como Nuvens de Armazenamento de dados! E para aqueles que como eu gostam ainda de ter fotos físicas, existem inúmeros serviços que acessam essas contas, "revelam" essas fotos, e entregam em casa! :) Como por exemplo: Shutterfly, Snapfish, uniko, etc.  

Como aqui em casa, tanto eu como meu marido trabalhamos com HighTech, além de todos esses serviços de nuvem e o email, também temos 5 external hardrives, cada um com um tera de memória...porque somos exagerados assim! 

Fotografia para mim é algo que nos transporta a tempos que não voltam mais. Por isso, pode me chamar de maníaca, mas prezo pela preservação da história da família, especialmente quando se é uma expatriada como eu! :) 

Stewie veio reclamar que a luz esta incomodando ele, LITERALMENTE! Apaguei a luz e ele voltou para a cama dele para dormir. Acho que vou fazer o mesmo! 



Para fechar, fica a dica GRÁTIS de como preservar todas aquelas milhares de fotos dos pequenos no celular: crie um Gmail para eles! Não sei se daqui há alguns anos as pessoas ainda usaram email, mas pelo menos fica tudo organizado num lugar só, e o mais importante é que ficam "resgatáveis". 

Beijos!!!  



quinta-feira, 2 de abril de 2015

A correria nossa de cada dia!

E aconteceu o que algumas mamães tinham me avisado que aconteceria.... voltei da licença maternidade e não consigo me encontrar no trabalho. Na verdade, NESTE, trabalho. O clima no escritório já não estava lá grandes coisas antes da minha licença, a vontade de procurar outro emprego já exisita e só fiquei porque não queria perder os direitos que eu tinha como gestante e no pós-parto.

Durante a licença maternidade eu aproveitei cada segundo com a minha bebê. Me diverti muito, saia com ela, viajamos, comecei novos projetos pessoais, e estava muito feliz da vida. Sabia que a farra chegaria ao fim, e que teria que voltar para um lugar onde eu já estava descontente. Veio a dúvida: paro de trabalhar? Continuo a trabalhar mas em ourto lugar? Fico nesse emprego e aproveito as horas que eles me dão para sair cedo e ficar com a pequena.

Agora, um mês de volta a este hospício, cheguei a conclusão: não dá para parar de trabalhar (não estamos podendo) e também não dá mais para continuar aqui. A diferença é que se antes eu saltava na primeira oportunidade de fazer algo novo, agora com a Lee na equação tudo ganha uma nova perspectiva.

Vivo o dilema de toda mãe que trabalha fora de casa: Dinheiro x Tempo x Custo de vida x Vida em família. Como conciliar? Como encontrar o equilibrio? E não só isso, como mulher temos que trabalhar o dobro para provar que somos capazes, eficazes e tão profissionais quantos os homens. Como fazer quando a sociedade não evoluiu com o tempo?

Por um lado preciso trabalhar, por outro preciso cuidar da familia. Algo muito interessante aconteceu esses dias. Aqui em Israel a páscoa é semana que vem. Apesar de ser feriado para as escolas e creches, são dias de trabalho normal para adultos responsáveis como nós. O seguinte cenário se apresentou: como vamos fazer com a bebê? Não tem ninguém perto para ajudar, e pagar babá full time esta fora de cogitação.

Meu marido - uma pessoa mente aberta, sensível - vira e me pergunta se tem como eu trabalhar de casa. Levei o pedido ao todo-poderoso chefe e depois de MUITA negociação, consegui trabalhar de casa UM misero dia. Porém, melhor que nada...

- Amor, olha consegui um dia só. Vê o que você consegue por ai.

- Consegui um dia só... não tem como você conseguir mais um dia? -- Ele me responde depois de 15 MINUTOS! Eu levei 4 DIAS negociando com meu chefe, ele conseguiu em 15 minutos!

Ora, por que seria mais fácil para mim conseguir mais dias livres do que ele? E se essa é a lógica, como é que ele conseguiu uma resposta mais rápido do que eu? Fiz essas duas mesmíssimas perguntas a ele que ficou mudo. Não sabia a resposta, até que arriscou um "Ah! Porque você é mãe!". O Machismo afeta os dois lados da moeda, então meu esposo tem menos chances de conseguir dias livres porque "filho precisa da mãe mais do que do pai".


Ao chegar a entrevistas de emprego tenho que mencionar que preciso de algumas horas para poder buscar minha filha na creche, passar pelo descomforto de ter que me expor nas entrevistas e saber que tal situação pode custar minha chance de um novo emprego. Mas não mencionar pode custar muito mais caro, custará segundos preciosos com a minha filha.

Meu marido pela primeira vez se deparou com a verdade do machismo na sociedade, e pode apostar que tudo que esperam de mim eu comecei a esperar dele. Outro dia, depois de duas horas tentando acertar nossos horários, ele me olha e me diz: "é... realmente não é fácil ser mulher."

De nós é esperado tudo e mais um pouco, mas ser mãe ainda é a melhor coisa do mundo!