quinta-feira, 19 de março de 2015

5 - 9


5h: Acordar, tomar banho, escovar os dentes, e fazer o cabelo.

5:30h: Se vestir, o que praticamente significa que não gostei da roupa que escolhi no dia anterior e que a roupa PERFEITA está no fundo do armario, debaixo de todas as outras roupas menos perfeitas!

5:45: Começar a me maquiar...

5:50h: A Lee acorda, hora de alimentar a pequena -- Um olho maquiado decentemente e o outro parecendo um guaxim.

6h: CORRERIA! Levar o Stewie para dar uma volta...de 5 minutos!

6:10h: Ultima olhada no espelho, calçar o sapato e correr para o ponto de ônibus.

6:20: No ônibus, respondendo emails do celular, mandando instruções para o marido, checando a conta de banco (desespero momentâneo), e lendo as notícias.

7h - 15:30: No escritório, reuniões (muitas inuteis), emails (Spam, spam, spam, um que presta, lista de To Do do chefe sem noção, spam, mais um para a lista de To Do), reunião diária com o chefe e suas ideias mirabolantes, escutar desabafo dos colegas, mais reuniões, e acabou o dia.

15:30h: Correr para o ponto de ônibus

16h: No ônibus a caminho da creche para buscar a pequena. Mesma rotina da manhã: emails, Facebook, ligar de volta para quem não pude atender durante o dia, Pensando no jantar.

16:40: Chego na creche, pego a Lee e vamos caminhando para casa.

17h: Chegando em casa, trocar a Lee, colocar ela para brincar um pouco enquanto varro a casa, tiro pó, passo pano e lavo a louça do dia anterior, tudo entre uma reclamação e outra dela.

17:30h: Levar o Stewie para passear com a Lee.

18h: Dar comida para Lee e começar a preparar o jantar.

18:30h: Marido chega, brinca com ela enquanto me conta como foi o dia e as panelas no fogo, e colocando as roupas para lavar



19h: Banho na Lee

19:30h: Ultima mamadeira do dia e colocar a Lee para dormir.

20h: Sentar para jantar com o marido, enquanto vemos as notícias e conversamos sobre o mundo cão. Uma hora para relxar, rir, tomar um vinho ... enquanto ele vai tirar as roupas da maquina de lavar.

21h: Coma profundo.

Mal posso esperar para ter o segundo filho.... quando a Lee já estiver na faculdade e eu aposentada.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Instruções, com foto

Voltei a trabalhar e chegou o momento do que eu gosto de chamar: "jogo do calendário". Sim, eu e me marido somos do tipo que fazemos eventos no iCalendar e mandamos convite um para outro, se não o meio de campo embola.
Então, com a minha volta ao trabalho fica assim: ele deixa a Lee na creche e eu busco. Esta semana, excepcionalmente, eu levo e ele busca. Marido tá em casa "muito doente" com 37 graus de febre...

Ontem, foi o primeiro dia. Chego em casa esbaforida porque praticamente corri do ponto de ônibus até o prédio e subi 4 andares de escada, porque eu gosto de sofrer e ansiosa para ver a carinha da Lilica!! Chego e meu marido esta todo bonitinho dando maçã para ela e ela toda feliz. Lindo! Até que vi que estava faltando meia, casaco, e lembrei que não tinha visto a capa de chuva do carrinho quando passei correndo por ele na entrada do prédio. 

Pra variar, pergunto onde estão as coisas e ele me faz aquela Cara de Marido, de tipo, não tenho ideia do que se tratam essas palavras saindo da sua boca!



Tava cansada e decidi que ia ficar para o dia seguinte porque ainda tinha que dar banho na Lee, amamentar, colocar ela pra dormir, cozinhar, tomar banho, estudar e, em algum ponto da noite dormir. Comecei a delegar igual faço no trabalho porque não tem como fazer tudo ao mesmo tempo. Você faz isso, eu faço aquilo, uma mão lava a outra e as duas lavam a cara. 

Hoje, resolvi fotografar e mandar instruções claras do que ele tinha que fazer e se lembrar. Meu marido é ótimo arrumando as contas e burocracia, mas completamente perdido quando se trata da filha. É igual colocar um gato dentro da máquina de lavar roupa. 


Para não ver esta mesmíssima cara hoje, resolvi deixar instruções para o
Marido, com fotos: 


"Oi amor! Isso era o que ela estava vestindo quando foi pra a creche. Por favor, certifique-se que ela volte com tudo para a casa" -- foto dapequena.

"Quando você voltar com ela, por favor, cubra o carrinho se não o gato de rua vai pensar que é cama para ele. O lençol que uso para cobrir o carrinho está na parte de baixo. Cubra deste jeito: .... "  


E o resto foi algo do tipo: cadê a capa de chuva do carrinho, pergunta na creche se está lá, porque se você deixou no carrinho... Já era! Alguém robou. Não o culpei, deixei ele pensar numa resposta convincente caso ele realmente tivesse deixado a capa dando mole na entrada do prédio. Fiz isso porque eu amo ele e não quero passar o resto da minha vida na cadeia por homicídio doloso. 

Estou a caminho de casa agora, depois de uma longa jornada de trabalho. Ansiosa para ver a minha pequena com todas as suas peças de roupa e a capa de chuva do carrinho! 

Se hoje as instruções deram certo, amanhã a gente repete o mesmo esquema e isso se chama casamento. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

Então separa.

Todo mundo sabe que casais brigam e passam por períodos de crises conjugais. Isso é normal, se até irmãos brigam, imagine duas pessoas que vieram de mundos completamente diferentes? Imagine então uma família multi-cultural como a nossa? Não é fácil.

No nosso primeiro ano de casamento tivemos uma daquelas crises conjugais de cunho existencial, sabe como é? Aquelas brigam onde o futuro do casal é definido. Passamos semanas sem nos falar, meses sem nos tocarmos, e muita briga no meio tempo. Veio a pergunta: erramos?!

Algumas amigas, com certeza bem intencionadas diziam: "se esta infeliz por que vocês não se separam?". Como se a vida fosse simples assim. Os problemas nem sempre matam o amor e uma vez casados a nossa obrigação é seguir tentando e esgotar todas as possibilidades de reconciliação. Eu não estava sofrendo nenhum tipo de abuso ou nada do tipo. Os problemas eram de natureza cultural e por falta de comunicação. Então, apesar dos bem intencionados conselhos, eu resolvi tentar.

O primeiro passo foi conversar. O básico. Para ver se ainda havia algo em incomum a ser resgatado. Conversamos por muitas horas. Um dia inteiro trancados em casa, telefone, TV, computador, tudo desligado e só nós. Tinha a hora do choro, a hora do silêncio, a hora de jogar a culpa no outro, a hora de dizer tudo que pensava mas não falava, e a hora de se abraçar. Para os homens não é tão fácil se expressar como para nós mulheres, e para nós não é tão fácil "só deixar pra lá". O desafio estava em encontrar o meio termo entre: conversar as coisas que tinham que ser conversadas, e deixar pra lá as coisas que tinham que morrer.

E depois daquele dia inteiro e meses de trocar farpas, decidimos que realmente tínhamos chegado ao fim. Cada um ia seguir com a sua vida e muito obrigada. Para mim a mudança era mais extrema. Isto significava voltar para o Brasil, deixar para atrás a vida que tinha construído em Israel e tudo mais. Cada um foi para um quarto separado e assim estivemos por algumas semanas enquanto eu iria organizar minhas coisas para voltar para o Brasil.

Ele tinha vergonha de falar para a família dele.

Eu disse tudo para a minha.

E assim, vivendo como companheiros de apartamento, nos reencontramos. Deixamos tudo acontecer mais naturalmente ao invés de forçar conversas. Ao poucos, com o passar dos dias fomos resolvendo um problema de cada vez, um desentendimento de cada vez e nesse passo aprendemos a nos comunicar. A comunicação que ia além dos idiomas que falávamos. Aprendemos a respeitar o ritmo um do outro. Renovamos os votos, e seguimos em frente.Demorou, e ainda estamos no processo e estaremos nesse processo pelo resto das nossas vidas.

Quando converso com as amigas solteiras que estão buscando por um companheiro -- já quero dizer que tenho amigas que não querem casar nunca e apoio a decisão delas! Ninguém precisa casar para ser feliz. -- sempre vejo a expectativa de algo que pode não existir. A paixão aproxima, mas o amor e o respeito é que faz um relacionamento durar. Respeito e amor que são construídos e fortalecidos no dia a dia, com os problemas e as alegrias dessa vida.

Nunca é fácil, os filhos veem e ai é que o meio de campo embola ainda mais! "Eu cresci assim", "Eu cresci assado", "Dessa forma é melhor", e muitos outros assuntos de discórdia. De repente "Você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo. São crianças como você" de "Pais e filhos" do Legião Urbana faz MUITO mais sentido. Com filhos deixamos o ego de lado e pensamos no bem comum, então por que tanta briga? Com cada assunto temos que lembrar um ao outro que o objetivo é dar o melhor para a nossa filha, e assim os ânimos se acalmam.

Nós LITERALMENTE estabelecemos as regras antes de entrar em qualquer discussão agora. Quando o assunto começa a ficar mais intenso é a hora de dar uma pausa e relembrar as regras. Isso faz com que a briga seja limpa e justa. Discordar não é o problema, atacar e culpar sim. Algumas das nossas regras (Eu sei, parece surreal, mas funciona aqui em casa!):

- Não trazer à tona o passado; magoas antigas não ganham discussão alguma, só criam novas feridas
- Sem grito
- Sem sarcasmo
- Sem insultos


Acredito que hoje nos "encontramos" de vez e voltamos à Lua de Mel!

Espera... não! Falei cedo demais...

*** Marriage Under Construction***







sábado, 7 de março de 2015

Cachorro e bebê

 Quando anunciamos aos amigos que eu estava grávida, uma das primeiras perguntas foi: "O que vocês vão fazer com o Stewie?!". Como se abandonar ele fosse uma opção. Nunca foi. Só para mostrar o nível de inteligência emocional dos nossos pets, vou compartilhar umas histórias com vocês sobre o nosso labrador. 

Há duas semanas meu marido esta viajando a trabalho e estamos somente eu, Lee e Stewie em casa. Desde o momento que meu marido começou a arrumar as malas o Stewie nem dormia direito. Passa a noite andando pela casa, ia até onde estava a mala, cheirava e voltava para a cama dele. No dia que meu marido foi embora, o Stewie sentou junto a porta e chorou por 40 minutos seguido. Não tinha osso nesse mundo que aliviasse a dor dele. Desde então, todos os dias, algumas vezes ao dia ele vai ao nosso quarto olhar e cheirar, para ver se o pai voltou. Dá dó.

Quando a Lee nasceu, meu marido trouxe a calça do pijama do dela para que o Stewie cheirasse. Assim quando ela chegasse ele poderia identificar o cheiro. A Lee tem 6 meses, e há mesma quantidade de tempo ele dorme com a calça do pijama dela. E ai de quem tirar a calça de perto dele. Acredite, já tentamos. No dia que a trouxemos para a casa ele queria passar o dia perto dela, deitava ao pé do berço. E mesmo com seus 45kg, ele é gentil como um passarinho quando esta perto dela! Chega a ser inacreditável.


Amo ele. Não nos arrependemos de ter adotado o nosso pequeno gigante. E tenho certeza de que a Lee vai amar ele mais do que qualquer um de nós. Ele é o companheiro dela. Mas com certeza tivemos que preparar o nosso "primogênito"para a chegada do bebê. Algumas das coisas que fizemos:

- Deixamos ele cheirar tudo novo que estava entrando em casa para a Lee. Roupas, tapete, fraldas, tudo passou pela inspeção dele.

- Quando amigos que tinham bebê vinham visitar deixamos ele interagir com o bebê; claro, com a permissão dos pais.

- Um dia antes de trazer a Lee para casa demos a calça do pijama dela para ele cheirar e se familiarizar.

- Hoje, deixamos ele ter contato com ela sempre supervisionado, mas deixamos. E assim um começa reconhecer o outro.


É claro que já teve crise de ciúme. Ele tentando pegar os brinquedos dela, ou destruir as fraldas sujas que estavam no lixo. Cachorro também faz pirraça. :) Geralmente essas reações acontecem depois dele ser corrigido por alguma coisa errada. Chega a ser engraçado as vezes! É literalmente ter dois filhos!

Mas para o que der e vier, ele esta sempre lá! Então se você está gravida e tem duvidas quanto ao seu animal de estimação, pergunte ao seu médico se existe algum problema em ter tanto o bebê quanto o animalzinho em casa. Se não tiver, prepare-se!!! É fofura que não acaba mais!

Ame seus bichinhos porque eles com certeza amam você. Eles sentem frio, medo, amor, tristeza, por vezes inseguros e por isso merecem nosso amor e atenção.

Cresci com cachorros e estou feliz de proporcionar a minha filha a mesma experiência.Aqui vão algumas fotos da nossa família para vocês. Beijos para os bebês e para os bebês de quatro patas!!!
















terça-feira, 3 de março de 2015

Uma daquelas...

Hoje foi o primeiro dia da Lee na creche. Ainda tenho uma semana de licença maternidade e programamos para a pequena começar a creche justamente nesta semana por causa do tempo de adaptação.

Há meses venho me preparando psicológicamente, repetindo aqueles mantras que toda mãe diz, coisas do tipo: "vai ser melhor para ela"; "Preciso voltar a trabalhar, vai ser bom para mim também"; "Ela vai ficar bem"; "Tudo vai ficar bem"; e por aí vai. E sim, no final tudo realmente fica bem. Então, estava confiante que, sim, eu estava preparada para o próximo passo e o segundo corte do cordão umbilical.

Até hoje, no dia D, quando diante de outras mães e das meninas da creche eu desatei a chorar enquanto lia a lista de coisas para trazer. Sim, eu sou uma dessas mães e não sabia. Tentei explicar para uma amiga sem filhos o que é que eu estava sentindo e não tem como. Sempre achei "Você só vai entender quando for mãe" era algo que minha mãe dizia para que eu me sentisse culpada, mas não. É real.

Algumas coisas que só mãe entende:

1) você sente saudade do rostinho do seu bebê enquanto ele dorme

2) Nada te deixa mais feliz do que uma fralda suja depois de um dia de prisão de ventre

3) Estar longe do seus filhos é como se te faltasse um braço, uma perna, e até o coração.

4) Um sorriso do seu bebê cura até enxaqueca

5) Seu bebê pode até não falar ainda, mas a mãe começa a entender olhares, suspiros, choros e gritinhos.

6) Cada nova habilidade desenvolvida pelo seu bebê é uma conquista sua.

7) Olhar para o seu bebê e pensar: "FUI EU QUE FIZ", literalmente

8) Não sei como, mas enquanto o seu bebê dorme você é capaz de até trazer paz ao Oriente Médio! Soneca do bebê é a hora de produtividade ao cubo!


9) Dormir é para os fracos. Mãe não dorme, mãe descansa o olho.

10) Mãe não tem paciência, tem amor sem fim, amor que aguenta e sustenta.

E a última... Não existem pais/mães perfeitos, mas sim idiotas que se acham perfeitos no Facebook!


Força meninas!!! 

Leticia.