quarta-feira, 3 de junho de 2015

Projeto corpo e alma

Pensei em dar o nome projeto verão, projecto pós-parto, projeto emagrecer... mas a verdade é que com a chegada do tempo e a inevitável caída de tudo que antes "era em cima", chegou a hora de pegar pesado: mudar hábitos!

Li num artigo hoje do Business Insider "10 Mudanças de Habito para ser fazer nos 30s", e um dos habitos é o de fazer exercicío regularmente. Há 4 semanas eu venho escrevendo este post, porque há 4 semanas eu comecei a fazer exercícios regularmente, mudei minha dieta e comecei a me livrar de alguns habitos que me faziam muito mal.

Mais um dos meus projetos especiais em ação! Falando nisso o meu "Um Ano Sem Zara" vai bem, obrigada! Este novo vai mais além, e o objetivo é ter o corpo que nunca tive! Nunca fui gorda, com excessão do meu primeiro ano vivendo nos EUA que cheguei a pesar 80kg, mas também nunca fui fit! E estava na hora de adoptar um estilo de vida mais produtivo! Ir a praia de bikini e me sentir bem! Ter pique! Enfim, bom para o corpo e bom para alma!

Então vamos aos números!

Começo do Projeto: 06/04/15
Peso: 73kg
Presente Data e Peso: 02/06/15 - 68kg

Primeiro passo no projeto foi começar a malhar, coisa que NUNCA fiz na vida! Praticava esporte na época de adolescente, mas malhar? Entrei numa academia uma vez e fugi! Eu sei que academia não é para mim, então conversei com uma amiga personal que resolveu me ajudar! Malho duas vezes por semana na casa dela. E não pense que ela é gente boa comigo! Saio de lá quebrada mas feliz!! :)

Entrei numa loja esportiva para comprar um tenis, meu primeiro par em pelo menos 15 anos. Saio para caminhar todos os dias por pelo menos 40 minutos, e quando estou com coragem dou uma corridinha. Comprei também um case daqueles de colocar o telefone no braço enquanto você caminha/corre, e lá vou eu toda feliz! Para dar uma ajuda extra, resolvi baixar um aplicativo que é praticamente um personal trainner gratis! E existem vários desse tipo! Tem para quem gosta de Yoga, quem gosta de peso, para quem quer perder barriga, dar um jeito na postura. E grátis! Um dos meus apps favoritos é este:



Claro que nada como uma personal trainer fazendo você terminar uma série a base da força! Então uma vez por semena tenho aula com uma amiga minha que me deixa moída e morta com farofa! Mas se você é mais dedicada do que eu, e consegue se auto-motivar o mundo digital te deixa sarada de graça!

Uma das coisas que comecei a fazer também é dieta. Nunca na vida fiz dieta. Nunca comi feito louca, mas também nunca prestei muita atenção no que como. Até a gravidez! E o habito segue agora, mais regrado e tenho que dizer que me sinto muito melhor! Não sou fanática como certas pessoas, mas sim comecei a prestar atenção na quantidade de calorias que estou ingerindo diariamente, e coisas do tipo.

Minha amiga louca personal me passou uma dietinha leve, mas é tão doida que tenho que mandar foto do que estou comendo para ela! Ela acaba comigo, mas me ama! Ter a quem responder dá mais seriedade as coisas que fazemos, e consequentemente gera resultados. Só não vale ficar chateada com a amiga na hora da bronca!! Faz parte do caminho para se chegar a um objetivo!

Já são quase dois meses desse meu projeto saúde e tem me ajudado muito não só fisicamente, mas também a lidar com o estresse e com a auto-estima. Coloquei na cabeça que estaria melhor preparada para uma segunda gravidez e que era momento de ser uma pessoa melhor em todos os sentidos para servir de exemplo para a minha pequena.

E vamos que vamos!! Perdendo todo aquele peso extra da gravidez!!! Mês que vem tem mais notícias sobre essa jornada pessoal! E dicas para quem quer entrar na onda também! :)



sábado, 30 de maio de 2015

Quebra-cabeça da vida

Desde que comecei o trabalho novo ainda não tive tempo de postar nada decente aqui no blog. Já escrevi vários posts que ficam presos na caixa de rascunhos porque literalmente são só palavras sem anexo, que levam o texto a lugar nenhum. Foi então que percebi que existe algo muito errado acontecendo.

A história começa com o fim da licença maternidade e a volta a um escritório completamente desorganizado e sem futuro. Era hora de uma mudança! E sim, eu estava certa, estava na hora de mudar, mas o medo me impediu de buscar algo que eu realmente gostasse fazer. Agora com um bebê, vivendo em um país estranho, sem ajuda dos pais que moram do outro lado do oceano... eu optei pela estabilidade. Encontrei outro trabalho super rápido, que pagava mais, as horas negociadas (saindo duas vezes na semana as 15h para estar com a minha filha), possibilidade de trabalhar desde casa quando necessário. Parecia tudo muito bom para ser verdade.

E o teste de fogo veio agora! Minha filha doente, a creche não podendo ficar com ela, meus pais no Brasil e os do meu marido há 3 horas de viagem daqui, tivemos que nos virar. Alternando os dias em ficar com a Lee em casa, e contamos com a compreensão de nossos chefes. Ele recebeu total apoio do trabalho dele, e eu? Lembra da chefe gente boa que era super flexível? Pois é, não sei onde ela foi parar. Ela fez da minha vida um inferno esta semana. Cheguei ao ponto de agora estar acordada e preocupada com o estado febril da pequena, e o medo de ter que ligar para ela de manhã e dizer: desculpa, ela ainda está com febre, não posso ir trabalhar.

Sim, minha filha é mais importante do que meu trabalho. Não, sem trabalho não temos como pagar as contas. Como encontrar o equilibrio? O desespero foi batendo, comecei a procurar na net "trabalho para mães", buscando algo que me dê esperança de encontrar o caminho de como ser uma mãe que trabalha. No nosso caso o agravante é que não tem avós por perto para ajudar, e tão pouco dá para pagar babá. E aí?

Além de tudo, estou gripada. Garganta inflamada, febre, mas não me atrevo pedir o dia livre por motivo de doença, porque quero guardar estes dias para cuidar da Lee quando ela estiver mal. Então tomo um bom chá, um bom analgésico e assim a gente vai levando.

Por outro lado sinto que é Deus me empurrando para fazer o que realmente gosto de fazer. Abraçar meu dom e confiar que tudo vai dar certo. As dúvidas, porém, são aterrorizantes. A falta de fé bate, e como sempre vou em encolhendo no cantinho do que é mais cômodo. Só que esse cantinho esta ficando cada vez mais pequeno e o momento da decisão vai chegar.

Não sou a única nessa encruzilhada. Somos milhares de mães que estão dispostas a sacrificar carreira, tempo, e até saúde pelo bem dos seus filhos. A vocês, guerreiras de todos os dias, meu total respeito e admiração. Hoje é um dia (uma noite, no meu caso) onde não vejo mais além, onde a preocupação com o meu futuro e o futuro dela toma conta de mim. Mas em algum lugar dessa alma medrosa existe uma faísca de fé que só precisa de um pouco de oxigênio para virar chama e me dar forças para mais um dia. Então, hora de respirar fundo para deixar esse oxigênio entrar!

*Just breathe*

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Primeiro Filho e a pouca memoria do telefone

*** 3h da manhã. A pequena gripada e eu tb. Ela voltou a dormir. Eu, não.***

Uma vez olhando os albúms de família, percebi que eu tinha 3 albúms completamente dedicados a mim - a primogênita - e apenas um para o meu irmão. Ao interrogar a minha mãe sobre o fato, ela me explicou que com o primeiro filho, como tudo é novo para os pais, existe a vontade de guardar cada momento. Com o segundo, estão menos preocupados em guardar fisicamente essas memórias, porém mais preocupados em vivenciar cada segundo, porque o tempo passa muito rápido. 

E aqui estou eu, com um pequeno problema da era digital: não tem espaço nos cartões de memória nem da camêra, nem do celular, nem do computador...de tanta foto e vídeo da Lee. Meu medo era perder todo esse histórico, e foi então que uma amiga sugeriu criar uma conta de Gmail para a Lee e mandar tudo isso para ela com histórias. E que quando ela crescesse tivesse acesso a tal conta. 

Criei uma conta para ela e desde então resolvi o problema de memória dos aparelhos! Primeiro, porque há limitação de quantas fotos se pode mandar a cada email. Segundo, porque cada email vem acompanhado de alguma história, te faz pensar em quais fotos/videos guardar ou não. Terceiro, por ter acesso a conta, eu tenho sempre as fotos em mãos quando preciso. 

Claro que por essas razões existem albúms no Facebook e no Instagram  - que TAMBÉM uso - não só de likes vive o homem, minha gente! Essas ferramentas podem ser usadas como Nuvens de Armazenamento de dados! E para aqueles que como eu gostam ainda de ter fotos físicas, existem inúmeros serviços que acessam essas contas, "revelam" essas fotos, e entregam em casa! :) Como por exemplo: Shutterfly, Snapfish, uniko, etc.  

Como aqui em casa, tanto eu como meu marido trabalhamos com HighTech, além de todos esses serviços de nuvem e o email, também temos 5 external hardrives, cada um com um tera de memória...porque somos exagerados assim! 

Fotografia para mim é algo que nos transporta a tempos que não voltam mais. Por isso, pode me chamar de maníaca, mas prezo pela preservação da história da família, especialmente quando se é uma expatriada como eu! :) 

Stewie veio reclamar que a luz esta incomodando ele, LITERALMENTE! Apaguei a luz e ele voltou para a cama dele para dormir. Acho que vou fazer o mesmo! 



Para fechar, fica a dica GRÁTIS de como preservar todas aquelas milhares de fotos dos pequenos no celular: crie um Gmail para eles! Não sei se daqui há alguns anos as pessoas ainda usaram email, mas pelo menos fica tudo organizado num lugar só, e o mais importante é que ficam "resgatáveis". 

Beijos!!!  



quinta-feira, 2 de abril de 2015

A correria nossa de cada dia!

E aconteceu o que algumas mamães tinham me avisado que aconteceria.... voltei da licença maternidade e não consigo me encontrar no trabalho. Na verdade, NESTE, trabalho. O clima no escritório já não estava lá grandes coisas antes da minha licença, a vontade de procurar outro emprego já exisita e só fiquei porque não queria perder os direitos que eu tinha como gestante e no pós-parto.

Durante a licença maternidade eu aproveitei cada segundo com a minha bebê. Me diverti muito, saia com ela, viajamos, comecei novos projetos pessoais, e estava muito feliz da vida. Sabia que a farra chegaria ao fim, e que teria que voltar para um lugar onde eu já estava descontente. Veio a dúvida: paro de trabalhar? Continuo a trabalhar mas em ourto lugar? Fico nesse emprego e aproveito as horas que eles me dão para sair cedo e ficar com a pequena.

Agora, um mês de volta a este hospício, cheguei a conclusão: não dá para parar de trabalhar (não estamos podendo) e também não dá mais para continuar aqui. A diferença é que se antes eu saltava na primeira oportunidade de fazer algo novo, agora com a Lee na equação tudo ganha uma nova perspectiva.

Vivo o dilema de toda mãe que trabalha fora de casa: Dinheiro x Tempo x Custo de vida x Vida em família. Como conciliar? Como encontrar o equilibrio? E não só isso, como mulher temos que trabalhar o dobro para provar que somos capazes, eficazes e tão profissionais quantos os homens. Como fazer quando a sociedade não evoluiu com o tempo?

Por um lado preciso trabalhar, por outro preciso cuidar da familia. Algo muito interessante aconteceu esses dias. Aqui em Israel a páscoa é semana que vem. Apesar de ser feriado para as escolas e creches, são dias de trabalho normal para adultos responsáveis como nós. O seguinte cenário se apresentou: como vamos fazer com a bebê? Não tem ninguém perto para ajudar, e pagar babá full time esta fora de cogitação.

Meu marido - uma pessoa mente aberta, sensível - vira e me pergunta se tem como eu trabalhar de casa. Levei o pedido ao todo-poderoso chefe e depois de MUITA negociação, consegui trabalhar de casa UM misero dia. Porém, melhor que nada...

- Amor, olha consegui um dia só. Vê o que você consegue por ai.

- Consegui um dia só... não tem como você conseguir mais um dia? -- Ele me responde depois de 15 MINUTOS! Eu levei 4 DIAS negociando com meu chefe, ele conseguiu em 15 minutos!

Ora, por que seria mais fácil para mim conseguir mais dias livres do que ele? E se essa é a lógica, como é que ele conseguiu uma resposta mais rápido do que eu? Fiz essas duas mesmíssimas perguntas a ele que ficou mudo. Não sabia a resposta, até que arriscou um "Ah! Porque você é mãe!". O Machismo afeta os dois lados da moeda, então meu esposo tem menos chances de conseguir dias livres porque "filho precisa da mãe mais do que do pai".


Ao chegar a entrevistas de emprego tenho que mencionar que preciso de algumas horas para poder buscar minha filha na creche, passar pelo descomforto de ter que me expor nas entrevistas e saber que tal situação pode custar minha chance de um novo emprego. Mas não mencionar pode custar muito mais caro, custará segundos preciosos com a minha filha.

Meu marido pela primeira vez se deparou com a verdade do machismo na sociedade, e pode apostar que tudo que esperam de mim eu comecei a esperar dele. Outro dia, depois de duas horas tentando acertar nossos horários, ele me olha e me diz: "é... realmente não é fácil ser mulher."

De nós é esperado tudo e mais um pouco, mas ser mãe ainda é a melhor coisa do mundo!

quinta-feira, 19 de março de 2015

5 - 9


5h: Acordar, tomar banho, escovar os dentes, e fazer o cabelo.

5:30h: Se vestir, o que praticamente significa que não gostei da roupa que escolhi no dia anterior e que a roupa PERFEITA está no fundo do armario, debaixo de todas as outras roupas menos perfeitas!

5:45: Começar a me maquiar...

5:50h: A Lee acorda, hora de alimentar a pequena -- Um olho maquiado decentemente e o outro parecendo um guaxim.

6h: CORRERIA! Levar o Stewie para dar uma volta...de 5 minutos!

6:10h: Ultima olhada no espelho, calçar o sapato e correr para o ponto de ônibus.

6:20: No ônibus, respondendo emails do celular, mandando instruções para o marido, checando a conta de banco (desespero momentâneo), e lendo as notícias.

7h - 15:30: No escritório, reuniões (muitas inuteis), emails (Spam, spam, spam, um que presta, lista de To Do do chefe sem noção, spam, mais um para a lista de To Do), reunião diária com o chefe e suas ideias mirabolantes, escutar desabafo dos colegas, mais reuniões, e acabou o dia.

15:30h: Correr para o ponto de ônibus

16h: No ônibus a caminho da creche para buscar a pequena. Mesma rotina da manhã: emails, Facebook, ligar de volta para quem não pude atender durante o dia, Pensando no jantar.

16:40: Chego na creche, pego a Lee e vamos caminhando para casa.

17h: Chegando em casa, trocar a Lee, colocar ela para brincar um pouco enquanto varro a casa, tiro pó, passo pano e lavo a louça do dia anterior, tudo entre uma reclamação e outra dela.

17:30h: Levar o Stewie para passear com a Lee.

18h: Dar comida para Lee e começar a preparar o jantar.

18:30h: Marido chega, brinca com ela enquanto me conta como foi o dia e as panelas no fogo, e colocando as roupas para lavar



19h: Banho na Lee

19:30h: Ultima mamadeira do dia e colocar a Lee para dormir.

20h: Sentar para jantar com o marido, enquanto vemos as notícias e conversamos sobre o mundo cão. Uma hora para relxar, rir, tomar um vinho ... enquanto ele vai tirar as roupas da maquina de lavar.

21h: Coma profundo.

Mal posso esperar para ter o segundo filho.... quando a Lee já estiver na faculdade e eu aposentada.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Instruções, com foto

Voltei a trabalhar e chegou o momento do que eu gosto de chamar: "jogo do calendário". Sim, eu e me marido somos do tipo que fazemos eventos no iCalendar e mandamos convite um para outro, se não o meio de campo embola.
Então, com a minha volta ao trabalho fica assim: ele deixa a Lee na creche e eu busco. Esta semana, excepcionalmente, eu levo e ele busca. Marido tá em casa "muito doente" com 37 graus de febre...

Ontem, foi o primeiro dia. Chego em casa esbaforida porque praticamente corri do ponto de ônibus até o prédio e subi 4 andares de escada, porque eu gosto de sofrer e ansiosa para ver a carinha da Lilica!! Chego e meu marido esta todo bonitinho dando maçã para ela e ela toda feliz. Lindo! Até que vi que estava faltando meia, casaco, e lembrei que não tinha visto a capa de chuva do carrinho quando passei correndo por ele na entrada do prédio. 

Pra variar, pergunto onde estão as coisas e ele me faz aquela Cara de Marido, de tipo, não tenho ideia do que se tratam essas palavras saindo da sua boca!



Tava cansada e decidi que ia ficar para o dia seguinte porque ainda tinha que dar banho na Lee, amamentar, colocar ela pra dormir, cozinhar, tomar banho, estudar e, em algum ponto da noite dormir. Comecei a delegar igual faço no trabalho porque não tem como fazer tudo ao mesmo tempo. Você faz isso, eu faço aquilo, uma mão lava a outra e as duas lavam a cara. 

Hoje, resolvi fotografar e mandar instruções claras do que ele tinha que fazer e se lembrar. Meu marido é ótimo arrumando as contas e burocracia, mas completamente perdido quando se trata da filha. É igual colocar um gato dentro da máquina de lavar roupa. 


Para não ver esta mesmíssima cara hoje, resolvi deixar instruções para o
Marido, com fotos: 


"Oi amor! Isso era o que ela estava vestindo quando foi pra a creche. Por favor, certifique-se que ela volte com tudo para a casa" -- foto dapequena.

"Quando você voltar com ela, por favor, cubra o carrinho se não o gato de rua vai pensar que é cama para ele. O lençol que uso para cobrir o carrinho está na parte de baixo. Cubra deste jeito: .... "  


E o resto foi algo do tipo: cadê a capa de chuva do carrinho, pergunta na creche se está lá, porque se você deixou no carrinho... Já era! Alguém robou. Não o culpei, deixei ele pensar numa resposta convincente caso ele realmente tivesse deixado a capa dando mole na entrada do prédio. Fiz isso porque eu amo ele e não quero passar o resto da minha vida na cadeia por homicídio doloso. 

Estou a caminho de casa agora, depois de uma longa jornada de trabalho. Ansiosa para ver a minha pequena com todas as suas peças de roupa e a capa de chuva do carrinho! 

Se hoje as instruções deram certo, amanhã a gente repete o mesmo esquema e isso se chama casamento. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

Então separa.

Todo mundo sabe que casais brigam e passam por períodos de crises conjugais. Isso é normal, se até irmãos brigam, imagine duas pessoas que vieram de mundos completamente diferentes? Imagine então uma família multi-cultural como a nossa? Não é fácil.

No nosso primeiro ano de casamento tivemos uma daquelas crises conjugais de cunho existencial, sabe como é? Aquelas brigam onde o futuro do casal é definido. Passamos semanas sem nos falar, meses sem nos tocarmos, e muita briga no meio tempo. Veio a pergunta: erramos?!

Algumas amigas, com certeza bem intencionadas diziam: "se esta infeliz por que vocês não se separam?". Como se a vida fosse simples assim. Os problemas nem sempre matam o amor e uma vez casados a nossa obrigação é seguir tentando e esgotar todas as possibilidades de reconciliação. Eu não estava sofrendo nenhum tipo de abuso ou nada do tipo. Os problemas eram de natureza cultural e por falta de comunicação. Então, apesar dos bem intencionados conselhos, eu resolvi tentar.

O primeiro passo foi conversar. O básico. Para ver se ainda havia algo em incomum a ser resgatado. Conversamos por muitas horas. Um dia inteiro trancados em casa, telefone, TV, computador, tudo desligado e só nós. Tinha a hora do choro, a hora do silêncio, a hora de jogar a culpa no outro, a hora de dizer tudo que pensava mas não falava, e a hora de se abraçar. Para os homens não é tão fácil se expressar como para nós mulheres, e para nós não é tão fácil "só deixar pra lá". O desafio estava em encontrar o meio termo entre: conversar as coisas que tinham que ser conversadas, e deixar pra lá as coisas que tinham que morrer.

E depois daquele dia inteiro e meses de trocar farpas, decidimos que realmente tínhamos chegado ao fim. Cada um ia seguir com a sua vida e muito obrigada. Para mim a mudança era mais extrema. Isto significava voltar para o Brasil, deixar para atrás a vida que tinha construído em Israel e tudo mais. Cada um foi para um quarto separado e assim estivemos por algumas semanas enquanto eu iria organizar minhas coisas para voltar para o Brasil.

Ele tinha vergonha de falar para a família dele.

Eu disse tudo para a minha.

E assim, vivendo como companheiros de apartamento, nos reencontramos. Deixamos tudo acontecer mais naturalmente ao invés de forçar conversas. Ao poucos, com o passar dos dias fomos resolvendo um problema de cada vez, um desentendimento de cada vez e nesse passo aprendemos a nos comunicar. A comunicação que ia além dos idiomas que falávamos. Aprendemos a respeitar o ritmo um do outro. Renovamos os votos, e seguimos em frente.Demorou, e ainda estamos no processo e estaremos nesse processo pelo resto das nossas vidas.

Quando converso com as amigas solteiras que estão buscando por um companheiro -- já quero dizer que tenho amigas que não querem casar nunca e apoio a decisão delas! Ninguém precisa casar para ser feliz. -- sempre vejo a expectativa de algo que pode não existir. A paixão aproxima, mas o amor e o respeito é que faz um relacionamento durar. Respeito e amor que são construídos e fortalecidos no dia a dia, com os problemas e as alegrias dessa vida.

Nunca é fácil, os filhos veem e ai é que o meio de campo embola ainda mais! "Eu cresci assim", "Eu cresci assado", "Dessa forma é melhor", e muitos outros assuntos de discórdia. De repente "Você culpa seus pais por tudo, isso é um absurdo. São crianças como você" de "Pais e filhos" do Legião Urbana faz MUITO mais sentido. Com filhos deixamos o ego de lado e pensamos no bem comum, então por que tanta briga? Com cada assunto temos que lembrar um ao outro que o objetivo é dar o melhor para a nossa filha, e assim os ânimos se acalmam.

Nós LITERALMENTE estabelecemos as regras antes de entrar em qualquer discussão agora. Quando o assunto começa a ficar mais intenso é a hora de dar uma pausa e relembrar as regras. Isso faz com que a briga seja limpa e justa. Discordar não é o problema, atacar e culpar sim. Algumas das nossas regras (Eu sei, parece surreal, mas funciona aqui em casa!):

- Não trazer à tona o passado; magoas antigas não ganham discussão alguma, só criam novas feridas
- Sem grito
- Sem sarcasmo
- Sem insultos


Acredito que hoje nos "encontramos" de vez e voltamos à Lua de Mel!

Espera... não! Falei cedo demais...

*** Marriage Under Construction***







sábado, 7 de março de 2015

Cachorro e bebê

 Quando anunciamos aos amigos que eu estava grávida, uma das primeiras perguntas foi: "O que vocês vão fazer com o Stewie?!". Como se abandonar ele fosse uma opção. Nunca foi. Só para mostrar o nível de inteligência emocional dos nossos pets, vou compartilhar umas histórias com vocês sobre o nosso labrador. 

Há duas semanas meu marido esta viajando a trabalho e estamos somente eu, Lee e Stewie em casa. Desde o momento que meu marido começou a arrumar as malas o Stewie nem dormia direito. Passa a noite andando pela casa, ia até onde estava a mala, cheirava e voltava para a cama dele. No dia que meu marido foi embora, o Stewie sentou junto a porta e chorou por 40 minutos seguido. Não tinha osso nesse mundo que aliviasse a dor dele. Desde então, todos os dias, algumas vezes ao dia ele vai ao nosso quarto olhar e cheirar, para ver se o pai voltou. Dá dó.

Quando a Lee nasceu, meu marido trouxe a calça do pijama do dela para que o Stewie cheirasse. Assim quando ela chegasse ele poderia identificar o cheiro. A Lee tem 6 meses, e há mesma quantidade de tempo ele dorme com a calça do pijama dela. E ai de quem tirar a calça de perto dele. Acredite, já tentamos. No dia que a trouxemos para a casa ele queria passar o dia perto dela, deitava ao pé do berço. E mesmo com seus 45kg, ele é gentil como um passarinho quando esta perto dela! Chega a ser inacreditável.


Amo ele. Não nos arrependemos de ter adotado o nosso pequeno gigante. E tenho certeza de que a Lee vai amar ele mais do que qualquer um de nós. Ele é o companheiro dela. Mas com certeza tivemos que preparar o nosso "primogênito"para a chegada do bebê. Algumas das coisas que fizemos:

- Deixamos ele cheirar tudo novo que estava entrando em casa para a Lee. Roupas, tapete, fraldas, tudo passou pela inspeção dele.

- Quando amigos que tinham bebê vinham visitar deixamos ele interagir com o bebê; claro, com a permissão dos pais.

- Um dia antes de trazer a Lee para casa demos a calça do pijama dela para ele cheirar e se familiarizar.

- Hoje, deixamos ele ter contato com ela sempre supervisionado, mas deixamos. E assim um começa reconhecer o outro.


É claro que já teve crise de ciúme. Ele tentando pegar os brinquedos dela, ou destruir as fraldas sujas que estavam no lixo. Cachorro também faz pirraça. :) Geralmente essas reações acontecem depois dele ser corrigido por alguma coisa errada. Chega a ser engraçado as vezes! É literalmente ter dois filhos!

Mas para o que der e vier, ele esta sempre lá! Então se você está gravida e tem duvidas quanto ao seu animal de estimação, pergunte ao seu médico se existe algum problema em ter tanto o bebê quanto o animalzinho em casa. Se não tiver, prepare-se!!! É fofura que não acaba mais!

Ame seus bichinhos porque eles com certeza amam você. Eles sentem frio, medo, amor, tristeza, por vezes inseguros e por isso merecem nosso amor e atenção.

Cresci com cachorros e estou feliz de proporcionar a minha filha a mesma experiência.Aqui vão algumas fotos da nossa família para vocês. Beijos para os bebês e para os bebês de quatro patas!!!
















terça-feira, 3 de março de 2015

Uma daquelas...

Hoje foi o primeiro dia da Lee na creche. Ainda tenho uma semana de licença maternidade e programamos para a pequena começar a creche justamente nesta semana por causa do tempo de adaptação.

Há meses venho me preparando psicológicamente, repetindo aqueles mantras que toda mãe diz, coisas do tipo: "vai ser melhor para ela"; "Preciso voltar a trabalhar, vai ser bom para mim também"; "Ela vai ficar bem"; "Tudo vai ficar bem"; e por aí vai. E sim, no final tudo realmente fica bem. Então, estava confiante que, sim, eu estava preparada para o próximo passo e o segundo corte do cordão umbilical.

Até hoje, no dia D, quando diante de outras mães e das meninas da creche eu desatei a chorar enquanto lia a lista de coisas para trazer. Sim, eu sou uma dessas mães e não sabia. Tentei explicar para uma amiga sem filhos o que é que eu estava sentindo e não tem como. Sempre achei "Você só vai entender quando for mãe" era algo que minha mãe dizia para que eu me sentisse culpada, mas não. É real.

Algumas coisas que só mãe entende:

1) você sente saudade do rostinho do seu bebê enquanto ele dorme

2) Nada te deixa mais feliz do que uma fralda suja depois de um dia de prisão de ventre

3) Estar longe do seus filhos é como se te faltasse um braço, uma perna, e até o coração.

4) Um sorriso do seu bebê cura até enxaqueca

5) Seu bebê pode até não falar ainda, mas a mãe começa a entender olhares, suspiros, choros e gritinhos.

6) Cada nova habilidade desenvolvida pelo seu bebê é uma conquista sua.

7) Olhar para o seu bebê e pensar: "FUI EU QUE FIZ", literalmente

8) Não sei como, mas enquanto o seu bebê dorme você é capaz de até trazer paz ao Oriente Médio! Soneca do bebê é a hora de produtividade ao cubo!


9) Dormir é para os fracos. Mãe não dorme, mãe descansa o olho.

10) Mãe não tem paciência, tem amor sem fim, amor que aguenta e sustenta.

E a última... Não existem pais/mães perfeitos, mas sim idiotas que se acham perfeitos no Facebook!


Força meninas!!! 

Leticia. 


terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

DIY - Renovando móvel velho.

Temos duas cadeiras aqui em casa que já vieram de segunda mão. Na verdade temos muita coisa de segunda mão aqui,  mas essas eram as únicas peças que estavam meio acabadinhas. Apesar disso, eu amo as cadeiras!

Um par simples, mas clássico, antigo e de madeira de verdade. A cada mudança eu carrego elas comigo, mesmo com o marido protestando atrás! Por que? Porque o plano era reformar as cadeiras, mas há 5 anos estou dizendo isso e fazendo absolutamente nada a respeito!

Não fazia nada porque tinha preguiça de buscar alguém que fizesse, e mesmo que encontrasse não ia querer negociar. Meu digníssimo tão pouco ajudaria porque por ele as cadeiras já tinham virado pó. E para fazer eu mesma tinha que ser de forma simples porque eu sou desastrada. Sou mesmo! Adoro projetos DYI mas se for muito difícil corro risco de tocar fogo na casa! Então, todos os que eu posto aqui são à prova de bobos, como eu. 

Agora, no fim da licença maternidade, tomei coragem! E decidi que ia fazer eu mesma! Peguei um daqueles tutoriais no Pinterest, traduzi a lista de materiais necessários e fui na loja com a listinha no meu pobre hebraico para comprar as coisas. 

1) lixa 
2) tinta à base de água 
3) pincel 
4) luvas

Ou seja, 4 coisas! Um projeto que requer só isso não podia ser difícil! E realmente não foi. 

Lixei a cadeira para que a tinta se fixasse bem e porque foi isso que todos os tutorais me mandaram fazer, tirei o acolchoado, e pintei a bendita cadeira! :) me senti tão corajosa que resolvi até improvisar um forro novo para a cadeira! E deu certo!

Algumas informações importantes:
- A tinta demorou 12 horas para secar totalmente e sair aquele cheiro, então coloque para secar em lugar arejado
- Tinta à base de água é mais fácil de limpar e menos tóxica, ideal para quem tem filho e/ou animais de estimação.

Estava toda empenhada enquanto a Lee e o Stewie me olhavam de longe. Entre lixar e pintar foram-se uns 40 minutos. O acolchoado demorou um pouco mais porque tive que improvisar, mas saiu. Depois da cadeira pronta eu queimava de orgulho! Tanto que ninguém vai poder sentar nela. 

E porque eu gosto de matar a cobra e mostrar o pau, FOTOS!!!



Bom, agora falta a segunda cadeira...











segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Crônica - Criando Filhos Para o Mundo



Estava conversando conversando com uma amiga sobre coisas da vida, para variar. Em duas semanas volto a trabalhar, em duas semanas a Lee vai para a creche. Meu instinto materno me faz tremer só de pensar que a pequena vai estar longe de mim, sendo cuidada por outra pessoa e não vou estar perto para protegê-la. E ai minha amiga repetiu a sabedoria milenar que faz com que nós, mamães, aceitemos o inevitável: "Criamos filhos para o mundo".

Pensei bastante sobre isso nestes últimos dias. Na profundidade dessa verdade e nas implicações reais dela. Olhei para a minha própria vida. Sai de casa aos 20 anos, fui morar bem longe, nos EUA. Naquele mesmo ano meu pai tinha falecido, minha mãe desempregada, meu irmão ainda menor idade, meu tio no hospital, família em crise financeira. Naquele ano a vida começou de uma maneira e terminou de outra para todos nós. 

Para mim foi difícil aceitar todas as mudanças, mas hoje me coloco no lugar da minha mãe. Sem forma de manter a família, o marido que faleceu, sozinha com os filhos. Olhando para aquele tenebroso ano de 2005, tenho que dizer que minha mãe foi uma rocha. E toda a criação que ela nos deu foi testada num batismo de fogo. 

Hoje, se eu sei me virar nesse mundo cão, devo a ela. Devo ao fato de que ela aceitou que me criava para o mundo. Sei hoje o quanto o coração dela se preocupava cada vez que estávamos longe do olhar protetor dela, mesmo assim, fomos a creches, escolas, passeios, fomos brincar na casa de amigos, viagens, tudo sem ela. Quando cheguei aos EUA, passei o primeiro dia no meu novo quarto olhando para o teto e chorando, como criança pequena, eu queria minha mãe. 

2015.... 10 anos se passaram, e continuo vivendo no exterior. Num país tecnicamente considerado zona de guerra. Não satisfeita, ainda resolvi ter a neta dela aqui, longe. Mas agora como mãe, entendo cada telefonema preocupado, cada olhar cheio de dúvida e cada abraço apertado cheio de "fica debaixo das minhas asas". 


Cada mãe, cada pai, vive e morre com a dúvida: será que ele/ela vai ficar bem? Essa preocupação que nunca acaba, faz parte da descrição de trabalho de toda mãe. E a única coisa que temos para aguentar essa barra é a fé de há um Deus que se preocupa ainda mais, e Ele sim está com os nossos pequenos o tempo todo. 

Ser criado para o mundo é ser criado com a segurança de que não importa onde você estiver ou o que acontecer, você é amado. É ser criado para lidar com as situações dessa vida, e além disso tudo, é ser criado para aqueles dias quando os nossos pais já não estão mais aqui. E mesmo diante das coisas mais terríveis desse mundo ter compaixão, amor, fé, sabedoria, humildade e honestidade. Isso é ser criado para o mundo. 

Cada um de nós nasce e cresce para servir um propósito nessa vida. Não estou falando somente de ser o próximo Steve Jobs, ou coisa do tipo, mas temos que lembrar de que desde a presidência até os trabalhos mais simples e esquecidos no mundo servem para o bem comum da nossa sociedade. O médico, o lixeiro, o advogado, atores, músicos, engenheiros, escritores, professores e assim por diante, tem como propósito fazer a maquina da sociedade funcionar e dar continuidade a raça humana da melhor maneira possível. 



Tenho que criar a Lee para ser alguém que um dia pode curar uma pessoa, dirigir uma nação, ou simplesmente trazer a alegria para a vida de outros. Para ser parte ativa desse mundo, para combater ideologias repressivas e absurdas, praticar o bem, e fazer a parte dela nessa sociedade que parte fundamental da nossa existência. Ir para a creche e interagir com outras crianças é o primeiro passo dessa longa (se Deus quiser) jornada que será a vida dela. 

A natureza faz com que os pais queiram super protetores, e a mesma natureza faz com que os filhos queiram ser  super independentes. Mas como tudo na vida, o ideal é estar no equilíbrio, sem pesar em nenhum dos extremos. 

Termino deixando um artigo do Just Real Moms que achei muito legal: "9 Habilidades Essências Que Toda Criança Deve Aprender"

Um abraço forte para você e outro para sua mãe! :) 

Letícia. 


quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Crônica - Sogras, cunhadas e afins

Fim de semana foi cheio de emoções! Para o meu marido emoções do tipo, alegria, para mim do tipo ... raiva! Normalmente eu adoro reuniões familiares, mas desde que a Lee nasceu eu adoro é fugir delas.

Por que? Porque a partir do momento em que você ganha um filho todos os seus familiares e agregados viram pedagogos, médicos e especialistas em CuidarDaVidaAlheia. Coisa que eu odeio. Pessoalmente, não gosto nem de dar conselhos e opinões a amigos chegados, muito menos estranhos. Da mesma forma que não me meto, espero que não se metam na minha vida... o que não acontece.

Então aqui vai um exemplo:

Hora do almoço, chegamos, a Lee tinha mamado e era hora dela dormir. Pedi para o meu marido pegar o carrinho e ali colocamos ela para dormir.

Em casa, eu coloco ela na cama e em 5 minutos ela esta dormindo, com o barulho que seja. Na rua, coloco o carrinho dela em um cantinho e ela dorme também em 5 minutos, abraçada com seu lençol. Claro que estou de olho, sempre, com medo dela sufocar. Mas é assim que ela dorme, TODOS OS DIAS.

Quando no dia do bendito almoço coloquei ela no carrinho, pelo menos 5 mulheres que nunca vi na vida iam no carrinho para olhar se a bebê estava bem, e cada uma delas vinha com uma sugestão de como fazer a menina dormir , e de porque colocar ela no carrinho com o lençol era muito perigoso. Porque CLARO, todo mundo sabe cuidar melhor da minha filha do que eu, que passo o dia inteiro com ela.

Só queria saber onde esse povo, que adora se meter na vida dos outros sem ser chamado, esta quando as minhas contas chegam. Preciso de alguém para pagar por elas!

Foi tanta gente preocupada com o bem estar da Lee -- porque a mãe dela é uma incompetente irresponsável -- que mudei o carrinho para uma outra sala, com uma porta, que ficou fechada. Agradeci as tias preocupadas que nunca vi na vida, e sentei para almoçar enquanto minha filha dormia muito bem, obrigada.

Terminei de almoçar, a Lee acordou, e fui para a sala com ela enquanto o povo terminava de comer. A Lee tem 5 meses e comecou a se virar e a se sentar sozinha. A pediatra disse para encorajar porque isso ajudaria no desenvolvimento dela. Enquanto estou fazendo os exercicíos que a pediatra ensinou, vem uma tia HORRORIZADA, GRITANDO: "NÃO COLOQUE ELA SENTADA!!! FAZ MAL!". A casa ficou em silêncio, e a tia já ia se abaixando para pegar a Lee no colo quando meti a mão na cara dela e respondi: "Obrigada por se preocupar, só estou fazendo os exercicíos que a PEDIATRA MANDOU. Sabe né? Aquela pessoa que estou 12 anos para se tornar médica especializada em crianças".

Tá... fui grossa, mas já eram 4 horas dentro daquela casa recebendo conselhos e recomendações que não pedi, tendo que dar explicações que não devo a ninguém, e fazer cara bonita quando alguém indiretamente assume que você é uma mãe terrível e dizem que "não é por mal, é só reflexo". Deveriam inventar remédio para repelir gente intrometida, como não inventaram, falta de paciência seguida de respostas curtas e grossas tendem a funcionar!

Reação da tia com a minha atitude:

Reação do meu marido, contorcendo o pâncreas para não rir:



Ao que me parece de todas as tias chatas presente, aquela era a rainha do inferno! Só sei que depois daquela ninguém mais se meteu com a Lee. Até minha sogra insistir pela 1000 vez em que tínhamos que aceitar o berço que minha cunhada queria "dar" para a gente.

Respirei fundo, vi que o meu marido completamente IGNOROU a mãe, mas como que não queria escutar mais sobre o assunto resolvi responder. E como a outra tia tinha liberado o dragão dentro de mim, resolvi que estava cedo demais para voltar a controlar o bicho! Vai que alguém mais tentava dizer como a Lee estava com frio apesar das 3 camadas de roupas que ela tinha!

A resposta começou com um sorriso amarelo, e o maridão correu com medo de que sobrasse para ele: "Sogra, obrigada, mas não. O quarto da Lee é montessoriano, não tem berço. Mas eu já tinha te dito isso, porém MAIS UMA VEZ você resolveu tocar no assunto, e na frente de todo mundo. Então, pela ultima vez, não, obrigada. Não precisamos de berço".

Minha cunhada, sem qualquer amor pela vida dela, resolve tentar me intimidar: "Mas ela dorme no chão?", com cara de c*.

Eu: Ela dorme num colchão, que fica no chão. Mas no chão tem um tatame que ajuda isolar o frio e protege ela de quedas. Os brinquedos são assim e assado, etc."-- Fui explicando a filosofia.

Cunhada, desdenhando: "Ai, essas novas teorias de hoje em dia!"

Eu, com a pressão arterial explodindo: "Bem, vamos começar pelo fato que com o seu primeiro filho a gente não podia nem respirar perto dele por causa dos germes, e agora o seu terceiro esta perto do prato de comida do gato colocando a ração na boca, e ontem e ele estava comendo grama -- apontei para a criança que estava torturando o gato e LITERALMENTE comendo a ração -- E a filosofia montessoriana é usada há décadas em praticamante todos os jardins de infância no mundo todo, inclusive o jardim onde seus filhos vão. Por isso por exemplo, a hora do cochilo é feita num quarto com todo mundo junto, os moveis são pequenos do tamanho da criança, fora que tanto eu como o meu irmão crescemos com quartos assim."

Silêncio da cunhada, meu cunhado tentado amenizar fazendo piadas, e o marido da cunhada lavando a boca do filho com agua sanitária. E meu marido? Assim ...

Sábado ele viaja... quinta feira que vem meus sogros vem ficar 5 dias comigo para me "ajudar". Quem quiser me ajudar também, pode mandar caixas de lexotan aqui para casa!

Beijo!!! Nunca se mete na vida alheia sem permissão! #ficaadica

Letícia.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Por um parto normal tranquilo

Uma amiga está querendo engravidar e , como sempre, o assunto sempre termina com aquela pergunta: como foi o seu parto? Eu escrevi há um tempo atrás um post sobre a recuperação pós-parto (que você pode ler aqui), mas hoje vamos falar sobre pré-parto tanto! Como qualquer exercício físico, é bom se preparar! E sim, grande parte do processo esta nas mãos da mãe natureza, mas é sempre bom saber o que realmente acontece durante o parto e o que você pode fazer para facilitar esse momento mágico!

Sim! Apesar da dor, é um momento mágico! E com o primeiro sorriso do seu bebê você faria tudo de novo!

Para começar vou contar um pouco da minha história: meu parto foi induzido na semana 41+2, com Pitocin intravenoso. Antes do Pitocin, eles tentaram outro método, mas a Lilica não queria nascer nem por um decreto! Depois de 24 horas de contrações a cada 3 minutos, me levaram para sala de parto onde administraram o Pitocin, e aí foi que o bicho pegou! Com 3cm de dilatação, eu não aguentei e pedi uma peridural. Depois disso, foi tudo lindo! Sem dor alguma, com ajuda da parteira no hospital a Lee nasceu!

O que eu teria feito diferente? Muita coisa! E que vou colocar em prática para a próxima gravidez!

Pré-Parto: A massagem do períneo.

O períneo é um conjunto de músculos localizados na parte intíma da mulher. Mais famoso por ser "cortado" durante o parte normal! Bem,  esta é a verdade: ELE NÃO PRECISA SER CORTADO! Eu não recebi nenhum corte do períneo durante o parto e conheço muitas outras que também não precisaram! Por que? Por causa dessa santa massagem!

No seu ultimo trimestre, compre um oleo de amêndoas, e faça a massagem como se ensina neste video:

Leve o óleo para a sala de parto. No meu caso, enquanto a Lee descia pelo canal vaginal, a enfermeira fazia a massagem. E pronto: nem um corte para contar história! Eu só fiz a massagem na sala de parto, e hoje entendo os benefícios dela. Com certeza, para o próximo parto, no terceiro trimestre, religiosamente farei a santa massagem!

No Parto: Peridural


A anestesia peridural foi ótima! Parto normal sem dor! Que maravilha! Duas horas depois do parto eu já estava de pé, caminhando no hospital. Recomendo! Mas, por receber a anestesia eu não podia me mover.

Caminhar é o segredo de um parto normal bem sucedido, acelera o processo e ajuda o bebê a encontrar a melhor posição para o nascimento. Mulheres que movem durante o parto (não precisa correr uma maratona! A bola de pilates é suficiente!!!) dilatam melhor e mais rapido, e na hora de empurrar as chances de dilaceração são pequenas. Ou seja, você pode sair sim da sala de parto sem um ponto se quer.

Agora um pouco de conteúdo explicito -- se não tiver estômago, pule essa parte!
No meu caso, sofri um rasgo na direção contraria ao períneo, e porque eu estava sagrando muito, tive que levar pontos. E levei MUITOS! Se talvez eu tivesse me movido mais durante a parte ativa do parto, isso não teria acontecido.

Pós-parto: O poder do Sal de Epsom

Logo depois do parto, as enfermeiras me falaram sobre o sal de Epsom (sulfato de magnésio) e como usar para ajudar na recuperação e cicatrização dos pontos. Eu ignorei... e me ferrei! Tive que passar por uma pequena cirurgia para corrigir os pontos. Mas na recuperação da cirurgia aprendi a lição! Fiz ESTOQUE de Sal de Epsom e tomei meus anti-inflamatórios! 

Se você não tem problema de cicatrização, muito bem para você! Mas eu tenho e toda ajuda é necessária! O que aprendi com a minha teimosia: 

- Se lavar a cada duas horas pelo menos, com sabão e água primeiro e depois sal de Epsom! Pegue uma garrafinha esportiva, encha com água e coloque sal de Epsom dentro, pronto! 

- Compre absorventes do tipo fininho para fazer compressas de gelo. Aqui vai o passo a passo: água + sulfato de magnesio; colocar o absorvente para chupar a mistura; colocar os absorventes num saquinho de ziploc; botar no congelador. Para evitar o contato direto do gelo com a pele, eu colocava um pedaço de gaze no absorvente. 


O gelo ajuda aliviar o incomodo, e o sal de Epsom ajuda a cicatrizar. :) Segredos de doula! 


Recomendo também leitura sobre o assunto e se informe! Parto normal não é nada de outro mundo, como as mulheres no Brasil pensam! Leia, veja documentários, programas, converse com doulas, parteiras e médicos. Se não há risco de morte durante o parto, e isso ocorre em situações extremas, você pode sim ter um parto normal!

Para as que falam inglês,  aqui vai uma recomendação de programa de TV: "One born every minute", que mostra a maternidades na Inglaterra. O sistema é bem parecido com o sistema aqui em Israel, então eu praticamente assistia esse programa no YouTube o dia todo!


E recomendo o documentário "O Renascimento do Parto" ou a versão americana "The business of being born".



Parto normal sem misticismo e sem medo! Informe-se!!! :)









domingo, 8 de fevereiro de 2015

As vezes no silêncio da noite... Eu acordo para ver se minha filha estárespirando!

E é isso meninas! A Lee vai fazer cinco meses, e eu ainda acordo de madrugada , não por ela, mas pela minha paranoia que não tira férias! A menina linda dormindo como um anjo e eu como um zumbi olhando pra ela na cama para ver se ela se mexe! #aloka

Eu sei, mãe de primeira viagem! Eu sei que vai passar, eu sei que está tudo bem, mas é incontrolável! Meu marido achava que eu era louca até hoje de manhã. 

8am. Ele já está atrasado para ir trabalhar, eu ainda dormindo. O querido vem e me acorda: 

Ele: A Lee ainda está dormindo! 
Eu: que bom, então vou dormir mais um pouco. 
Ele: será que ela tá bem? 

Homens, NUNCA na vidinha de vocês diga isso para uma mãe! JAMAIS!!! Eu pulei da cama já imaginando o pior!!! Eu posso, eu sou mãe! Carreguei 9 meses e pari, parto normal! 



Vamos os dois para o quarto dela. A boneca imóvel na cama. Os dois idiotas 
olhando, buscando um sinal de vida. Mas o medo de acordar a pequena era tanto que até prendemos a respiração! Ela, como se tivesse adivinhado que os pais retardados estavam surtando do lado da cama dela, se vira meio que se espereguiçando e continua dormindo de boa. 

Nisso saímos do quarto na ponta do pé, felizes, e tranquilões. Eu, me sentindo menos louca sabendo que meu marido também checa se ela está respirando, e ele mais tranquilo porque sim. 

Até que o cachorro começou a latir, ela acordou aos berros, e o dia começou! Bom dia para você também. 

Filhos, tenham pena dos seus pais! Eles passaram noites em claro vendo sua barriga subir e descer para ter CERTEZA que estava tudo bem! 


Episiotomy correction

This post is in English because apparently in Brazil 80% of births are c-sections and most of my country women had no idea of what I'm taking about. When I did try to explain, they looked at me like I was out of this world and a weirdo for having a vaginal birth. One of the many reasons I decided to leave the country. I am now in Israel where 90% of births are the normal way. 

So all the information I did find on the subject was in English. And I also found many women out there about to do this procedure and they were as lost as me! So this is for you girls!!! 

The surgery was actually very simple and fast! It lasted a total of 20 minutes, general anesthesia that kicked in super fast, and I woke up a few minutes later in the recovery room in pain, but I could feel the improvement already. A week later no pain whatsoever, and now,  2 weeks after, completely healed. Best tips I can give you: cold compress, washing and drying the area and for pete's sake... Take your anti inflammatories!!!! If you are breastfeeding, like I am, Advil did the trick. 

I teared naturally, upwards, in the opposite direction on the perineum. Yes, I know... So when they stitched me, they did it a little too much, so the surgery was to correct that, and remove some scar tissue from the original stitching. 

For the first time, 5 months after the birth of my daughter, I'm pain free. So if you also have doubts regarding the surgery, here are my words of advice for you: do it! No need to be scared. It will make all the difference and you will feel much better! 

If you need more details, feel free to email me!

Good luck, mamas!!! 


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Como argumentar com o seu marido.

Faz tempo que não escrevo por aqui! É que entre procurar emprego, procurar um novo apartamento, recuperar de um cirurgia, cuidar de um bebê, cuidar da casa, do cachorro e do Marido - nesta ordem - minha sanidade foi parar na casa do cacete. 




Mas enfim, são 3am e estava de bobeira, por que não postar algo aqui? :) a começar pela recuperação da minha cirurgia e da falta de lógica do sexo masculino. Basicamente fiz uma cirurgia para "reconstruir" os países baixos que ficaram completamente destruídos depois de dar à luz a minha linda filhota. Nada fácil, não dá para sentar, caminhar e até deitar complica - já disse que são 3am??? 

Meu marido não consegue entender a dimensão da dor. Então, tive que usar de recursos linguisticos apropriados para se falar com o sexo masculino: 

Marido: por que a Lee está dormindo na nossa cama? 

Eu: Porque ela acordou de madrugada e não posso ficar levantando e deitando toda hora, dói. 

Marido: Mas ela vai ficar mal acostumada.

Eu: (*paciência que já é curta chegando a graus negativos) Neste exato momento, é mais fácil para mim se ela dormir do meu lado. Lembra que eu sou a fonte de comida dela. 

Marido: Mas depois vai ficar difícil para ensinar a ela a voltar a dormir no quarto dela. 

Eu: (*paciência explodiu e ficou em pedaços no chão do quarto) Amor.... Imagina que você teve que reconstruir o seu c* ... (Sentindo minha voz ficar alterada)... Ai você esta cheio de pontos e mal consegue andar. Dor e mais dor... E no meio da noite você precisa acordar para amamentar aquele ser que rege nossas vidas. Mas não posso sentar para amamentar, então amamento deitada, e acabo dormindo. É assim que Lee termina no nosso quarto de manhã. 

Marido: mas...

Eu: então vamos fazer o seguinte... Eu deixo mamadeira penta e quando ela acordar de madrugada, daqui por diante, você vai lá e dá a mamadeira e coloca ela para dormir de novo. Tá? 

Nunca mais ele tocou no assunto. Porque como diz o ditado, pimenta no c....olhos dos outros é refresco. Toda solução é fácil quando outra pessoa menos você tenha que implementar... Essa é a lógica dos maridos. 

Minha resposta para essas soluções super simples que os maridos apresentam: não gostou? Faz melhor. 

Senta e observa o circo pegar fogo! Com pipoca e guaraná. Ou cerveja, vodka, tequila...